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01/11/2018

Cada movimento uma conquista

Atraindo cada vez mais alunos, as Ginásticas Artística e Rítmica promovem benefícios diversos.

Duplo twist carpado. Em 2003, o mundo foi apresentado ao termo quando a brasileira Daiane dos Santos conquistou a medalha de ouro do Mundial de Ginástica, nos Estados Unidos. Competindo na Ginástica Artística, Daiane apresentou um movimento inédito no solo: num salto, ela girava em torno de si (twist) e completava a manobra com um duplo mortal. De tirar o fôlego. O sucesso de Daiane não popularizou somente o duplo twist carpado. Na esteira dela, outros brasileiros se destacaram, como Diego e Daniele Hypólito, Jade Barbosa e Arthur Zanetti, colocando a Ginástica no radar do esporte nacional e no coração dos torcedores.

Isso é notado no Programa Sabin+Esportes&Cultura, que tem visto crescer o interesse dos alunos pelas modalidades de Ginástica Rítmica e Artística. Nesta última, aliás, também entre os meninos.

Para se ter uma ideia, em 2016, a equipe masculina de Ginástica Artística do Sabin tinha apenas cinco alunos. No ano seguinte, eram dezesseis e, neste ano,  o número dobrou: são 32 garotos. “O crescimento tem a ver com as medalhas olímpicas que brasileiros conquistaram nos últimos anos. Inclusive
um deles, o Arthur Nory, esteve na abertura do FestSabin no ano passado e despertou muito interesse da turma ao falar de sua experiência”, diz Roseane Costa, professora de Ginástica Artística. A modalidade está aberta a alunas e alunos do 2º ano do Fundamental ao Ensino Médio. Já a Ginástica Rítmica é oferecida a partir do 4º ano, mas ainda não fez a cabeça dos meninos. “A modalidade é muito próxima da dança, daí atrair mais as meninas”, diz a professora Tatiana Bahov.

Enquanto a Ginástica Artística trabalha principalmente força e impulsão, a Rítmica requer muita coordenação motora e flexibilidade. O que ambas oferecem igualmente, afirmam as professoras, é um trabalho corporal desafiador para uma geração que tende ao repouso e parece ter desaprendido a se mover e a se equilibrar. “As crianças estão com mais medo: de cair, de errar, de sentir vergonha. Nosso trabalho é fazê-las perceber que é preciso tentar, que é errando que se aprende e que este é justamente o espaço que elas têm para errar”, diz Tatiana.

Outro grande benefício é atuar em grupo. Mesmo na Ginástica Artística, em que apresentações são individuais, a pontuação é por equipe, o que, segundo Roseane, promove um clima de cooperação. “Isso vai desde incentivar os companheiros em suas apresentações até ‘segurar a onda’ da equipe quando alguém erra. Se um cai, o resto diz: ‘Calma, a gente resolve para você, a equipe supera’”.

A dentista Luciana Crepaldi tem boa noção do poder transformador do esporte. Mãe de três garotos, ela acompanhou os primeiros passos de um deles, Marcos Paulo, hoje com 12 anos, nas aulas de Ginástica Artística do Sabin. Ele deixou o Colégio em 2017, mas segue na modalidade e hoje já treina com vistas ao alto rendimento. Seu exemplo inspirou o irmão caçula, Arthur Henrique, 8 anos, que abraçou a modalidade do irmão. Para Luciana, o esporte trouxe autoconfiança a Arthur. “Cada movimento que ele consegue executar é uma conquista”. O garoto é mais direto: “A aula é bem divertida. E eu estou ficando mais forte”.