O impacto transformador de oferecer oportunidades diversas para a formação de crianças e adolescentes

É fato que a educação é a chave para o desenvolvimento das nossas crianças, e as escolas desempenham um papel fundamental ao proporcionar uma variedade de oportunidades que vão além do currículo acadêmico. Diversos modelos de ensino em diferentes países pelo mundo e estudos já mostram que integrar atividades esportivas, culturais e aulas de idiomas, por exemplo, cria um ambiente propício para a formação abrangente dos alunos, moldando não apenas suas habilidades acadêmicas, mas também sociais, emocionais e físicas. São oportunidades que enriquecem a experiência educacional, bem como também contribuem para o desenvolvimento de habilidades essenciais.

Pesquisas sobre o tema apontam que a saúde e o bem-estar são tão importantes quanto a saúde física e podem afetar no desenvolvimento e aproveitamento da vida. Por conta disso, projetos multidisciplinares que promovam a criatividade, movimento e conexão para as crianças e adolescentes contribuem para manter a saúde mental e o bem-estar dos nossos filhos nessa etapa da vida.

“Percebemos que estudantes que participam de atividades extracurriculares e projetos além do acadêmico, especialmente os que envolvem ajudar a sua escola ou seus colegas, são os mais beneficiados mentalmente. Em termos de dados, esses estudantes também têm mais disciplina e boas notas. Isso mostra a importância de crianças e jovens estarem envolvidos em algo, ajudando as pessoas e a si mesmas”, afirmou Sean Cassel, supervisor de ensino na Seneca High School, em Nova Jersey, nos EUA, durante um painel sobre saúde mental e bem-estar de crianças, promovido pela Universidade de Harvard este ano.

Uma pesquisa dos Estados Unidos também descobriu que a participação em atividades multidisciplinares tem um efeito positivo no sucesso acadêmico, independentemente da origem socioeconômica da família. Outra pesquisa americana mostrou que ter hobbies pode proteger o aluno contra o esgotamento acadêmico em época de provas e incentivar atitudes mais positivas em relação à aprendizagem. Além disso, uma investigação na Sérvia também concluiu que quanto mais os jovens se dedicarem a passatempos, mais provavelmente terão bem-estar emocional e físico e maior resiliência em comparação com aqueles que passarem mais tempo livre em atividades passivas, como assistir à TV.

O esporte no desenvolvimento físico, social e emocional

Além da saúde física e mental, as atividades esportivas no ambiente de aprendizados ensinam princípios valiosos, como trabalho em equipe, disciplina e, mais uma vez, a resiliência. Praticar esportes desde cedo não apenas aprimora as habilidades motoras, mas também estimula valores fundamentais, como espírito esportivo e liderança. O aluno aprende lições cruciais para o sucesso na vida acadêmica e pessoal, estabelecendo as bases para um estilo de vida saudável e equilibrado durante a vida adulta.

Diversas pesquisas já comprovaram que a atividade física estimula substâncias químicas cerebrais (chamadas neurotransmissores) que provocam a sensação de bem-estar. Nas crianças, esse efeito também é responsável pela melhora regular na saúde emocional. Outros estudos mostram uma ligação entre a prática de esportes e a autoestima. O apoio da equipe, o incentivo de um treinador ou o melhor desempenho pessoal ajudam as crianças a se sentirem mais confiantes. Outra parte importante da prática de esportes é aceitar a disciplina. Com isso, os filhos aprendem a seguir regras, aceitar decisões e trabalhar em equipe.

Estímulo à criatividade e à expressão pessoal

Mais do que saúde, essas experiências também promovem a autoexpressão e a confiança. A exposição a diferentes formas de arte e cultura amplia os horizontes das crianças, desenvolve nelas uma apreciação pela diversidade e enriquece sua perspectiva sobre o mundo. É a formação do repertório ainda na jornada escolar. Esse enriquecimento ajuda a construir identidades fortes e a desenvolver competências de pensamento crítico, além de promover a empatia, permitindo-lhes compreender diferentes pontos de vista e experiências.

Na infância, brincar é fundamental. O artigo 31 da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e do Adolescente (Unicef) reconhece “o direito da criança ao descanso, ao lazer, ao divertimento e às atividades recreativas próprias da idade, bem como à livre participação na vida cultural e artística”. Os hobbies e as atividades de lazer são uma forma de as crianças brincarem, explorarem seus interesses, desenvolverem habilidades, cometerem erros e crescerem. Mais do que isso, ajudar os filhos a explorarem interesses e paixões desde a infância os auxilia a descobrir de quais atividades eles mais gostam e pode orientar escolhas acadêmicas e profissionais.

Essa é também uma preocupação de instituições e governos em todo o mundo. Dados obtidos em países onde existe o apoio à cultura e diversão, como na Finlândia, mostram que a prática de lazer tem impacto extremamente positivo na confiança, no bem-estar e na aprendizagem das crianças e dos jovens. Por lá, desde 2016, o governo se comprometeu a financiar atividades artísticas, culturais e esportivas para crianças e adolescentes. O projeto Finnish Hobby Guarantee (ou Garantia de Hobby Finlandesa), financiado pelo governo finlandês, tem como objetivo incentivar crianças e jovens a se divertirem e explorarem seus interesses, além de reduzir a exclusão e melhorar o bem-estar. Mais de 10 milhões de euros foram gastos para implementar o programa no país. A partir de 2021, a previsão era de investir cerca de 14,5 milhões de euros por ano. Um manifesto de 2021-2026 criado pela organização escocesa Children in Scotland visa algo semelhante no país europeu como forma de incentivar o governo a introduzir um programa com o mesmo objetivo.

Preparar para um mundo globalizado

O conhecimento de línguas estrangeiras, como o inglês, tornou-se outra habilidade essencial, especialmente na vida adulta profissional. Mas aprender inglês durante a infância e a adolescência também representa um papel vital no desenvolvimento educacional. Durante essa fase, o cérebro está particularmente receptivo à aquisição de uma nova linguagem, o que proporciona uma oportunidade única de absorver e internalizar a linguagem de forma natural e eficaz. Além de ser uma habilidade prática em um mundo cada vez mais globalizado, aprender inglês contribui para o desenvolvimento cognitivo.

Pesquisas mostram que aprender um segundo idioma durante a jornada escolar permite que a criança desenvolva habilidades mais aguçadas de resolução de problemas, criatividade e flexibilidade mental. Além disso, o inglês é uma importante ferramenta de comunicação internacional, que abre portas para oportunidades educacionais, profissionais e culturais. Ao introduzir o inglês durante a infância e a adolescência, não só permitimos que os jovens se comuniquem em um mundo diversificado, mas também lhes proporcionamos competências que terão um impacto positivo nas suas trajetórias acadêmicas e profissionais ao longo da vida.

Ao oferecer experiências diferentes para a formação de crianças e adolescentes, criam-se oportunidades além do simples aprendizado acadêmico. Essas oportunidades ajudam no desenvolvimento holístico ao proporcionar às crianças as ferramentas de que necessitam para enfrentar os desafios da vida de forma resiliente, criativa e socialmente consciente. Essa abordagem abrangente, aliada ao ensino de alta performance, prepara os alunos não apenas para o sucesso acadêmico, mas também para uma jornada escolar plena e significativa.

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