O avanço da tecnologia tem trazido mudanças significativas para a sociedade, seja em casa ou no trabalho. Ela se tornou uma parte intrínseca da vida cotidiana, e sua presença na educação não é exceção. Hoje, as novas ferramentas são grandes aliadas no processo educacional e possuem o poder de dinamizar o ensino e a aprendizagem. Embora seja uma realidade nos dias de hoje, a inclusão da tecnologia demanda uma abordagem cuidadosa e estratégica para garantir que os benefícios sejam colhidos sem comprometer o equilíbrio saudável do desenvolvimento de crianças e adolescentes.
A tecnologia educacional
É essencial adotar uma abordagem pedagógica centrada no aluno ao incorporar a tecnologia. Por conta disso, nos últimos anos foram desenvolvidas inúmeras tecnologias educacionais, que ajudam no processo interdisciplinar, como um recurso fomentador de inovação e criatividade no meio educacional. Por meio de jogos educacionais, aplicativos com realidade virtual e aumentada, plataformas de metodologias ativas e softwares de gestão educacional, o digital contribui para integrar e aplicar os recursos em prol do desenvolvimento educacional e do acesso à informação em sala de aula.
Benefícios da tecnologia na educação
As novas tecnologias podem ser muito benéficas para os estudantes e para os educadores. Entre os principais pontos positivos estão a autonomia e o protagonismo. Isso porque as tecnologias podem ser usadas em metodologias ativas de ensino, que colocam o estudante no centro do processo de aprendizagem. Outro ponto positivo é o aumento do engajamento e do interesse. Os estudantes criam um ambiente de familiaridade com os dispositivos já usados pelos jovens e crianças, como celular, notebook, tablets entre outros. Além disso, as tecnologias favorecem a criatividade e abrem um mundo de oportunidades, pois é possível conhecer diferentes culturas e pessoas com poucos cliques.
Você já tem conhecimento de que as novas tecnologias desempenham um papel crucial na educação, contribuindo para o envolvimento, interatividade, autonomia e ampliação do repertório cultural. Contudo, é possível destacar ainda mais razões para sua importância. Um estudo de 2017 feito pelo movimento Todos Pela Educação, que entrevistou 4 mil professores de todas as regiões brasileiras, mostrou que 55% dos docentes utilizam regularmente novas tecnologias na educação. Já 34% dos professores entrevistados acreditam que o maior impacto positivo está na motivação dos alunos. Além disso, 17% dos entrevistados apontam melhora das habilidades cognitivas e da capacidade dos estudantes procurarem informação.
Outro estudo realizado na Universidade de Columbia, de 1991, investigou estudantes que usavam tecnologia em sala de aula e constatou um desempenho significativamente melhor em matemática e ciências. Este mesmo estudo também mostrou que, com a tecnologia, as crianças e jovens se mostram mais propensos a se envolver em atividades de aprendizagem independente e a concluir seus trabalhos. Mais uma pesquisa, realizada em 2014 na Universidade de Stanford por L.M. Young e K.M. Huang, mostrou que os estudantes que utilizam tablets para aprender têm maior motivação e envolvimento em sala de aula. O estudo também constatou que alunos que usam tablets são mais propensos a se envolver em atividades colaborativas e a compartilhar suas ideias.
Estes são apenas alguns exemplos que evidenciam os ganhos proporcionados pela integração da tecnologia na educação. Tecnologias impactantes têm o potencial de aprimorar o rendimento acadêmico, estimular a motivação e a participação dos alunos, criar experiências de aprendizado mais profundas e significativas e ainda contribuir para o desenvolvimento de habilidades cruciais para o século XXI, como o pensamento crítico, a resolução de problemas e a colaboração.
Sabemos que a retenção de conteúdo, fundamental no processo de aprendizado, está relacionada com a forma de estudo, como aponta o psiquiatra William Glasser que criou a teoria Pirâmide de Aprendizado:
- na simples leitura: aprendemos 10% da matéria;
- ao escutar alguém falando: 20%;
- ao assistir a um vídeo ou observar algo: 30%;
- ao escutar e observar ao mesmo tempo: 50%;
- ao conversar ou debater sobre o tema: 70%;
- ao fazer, escrever ou praticar: 80%;
- ao ensinar alguém: 95%.
Nesse contexto, as novas tecnologias na educação também podem contribuir na aprendizagem dos estudantes em diferentes formatos. Entre as principais possibilidades estão a exibição de ou produção de podcasts sobre o assunto estudado, exibição ou produção de vídeo, jogos e aplicativos interativos e apresentações em vídeo ou áudio.
Como introduzir as novas tecnologias na educação?
Com uso de telas interativas, tablets, óculos de realidade virtual, ambientes virtuais e acervos on-line, é possível promover maior interatividade e engajamento dos alunos, além de tornar o aprendizado mais dinâmico, lúdico e enriquecedor, contribuindo também para a construção de memórias afetivas e o desenvolvimento global. Confira estratégias para integrar a tecnologia no ambiente educacional:
- Ferramentas interativas e educativas:
É possível introduzir aplicativos e softwares educativos que estimulem a curiosidade e participação ativa. Devem ser priorizadas as ferramentas que promovam o aprendizado prático e a resolução de problemas.
- Alfabetização digital responsável:
Integrar programas de alfabetização digital no currículo e enfatizar a responsabilidade online, abordando questões como privacidade, segurança e comportamento ético.
- Limites claros e comunicação aberta:
É importante estabelecer limites claros para o tempo de tela, incentivando pausas regulares. Por isso, deve-se haver uma comunicação aberta entre educadores, pais e alunos sobre o uso responsável da tecnologia.
- Projetos colaborativos focados:
Incentivar projetos colaborativos que estimulem a criatividade e o trabalho em equipe, além de garantir que a colaboração online seja uma extensão do ambiente presencial, promovendo a interação social.
- Avaliação balanceada:
Utilize métodos de avaliação que integrem tanto a tecnologia quanto métodos tradicionais. Certifique-se de que as avaliações online sejam justas e representativas do conhecimento real dos alunos.
- Consciência do bem-estar:
Outro ponto fundamental é a consciência do bem-estar digital de crianças e jovens. Os alunos devem ser ensinados sobre equilíbrio entre atividades online e offline, incentivando práticas saudáveis de autocuidado.
Ao integrar a tecnologia de maneira eficaz no processo educacional de crianças e adolescentes, é possível criar um ambiente enriquecedor que combina os benefícios do mundo digital com a essência fundamental da aprendizagem. Encontrar esse equilíbrio saudável é uma jornada contínua e será necessário preparar as gerações futuras para as transformações constantes e rápidas de um mundo cada vez mais tecnológico.