A Educação Física evolui. E o Sabin acompanha as novas referências da área.
Os professores de Educação Física do Sabin estão determinados a não ficar parados. Prática comum no Colégio, a equipe de Educação Física vem passando por um processo de reavaliação de seu projeto pedagógico, que tem resultado em reflexões importantes e mudanças práticas nos conteúdos e didáticas da disciplina.
Não é por acaso. Como as demais áreas da Pedagogia, a Educação Física evolui. O que já foi uma disciplina focada apenas em exercitar os alunos hoje é tida por educadores como um campo de construção de sentidos. Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – documento em processo de construção que visa sistematizar o currículo das escolas do País –, a Educação Física é enquadrada na área de Linguagens, junto à Língua Portuguesa, à Língua Estrangeira e à Arte. Todas envolvem, por meios diferentes, maneiras de se colocar no mundo e de interagir com ele.
“As teorias tradicionais da Educação Física traziam o corpo e a cultura corporal como principais objetos de trabalho”, diz o professor Paulo Rogério Vieira. “Mais recentemente, apareceram teorias críticas que introduziram questões políticas. Por exemplo: como trabalhar com meninos e meninas na Educação Física sem reforçar estereótipos de gênero? Isso influencia diretamente o nosso trabalho”. Segundo Paulo, enxergar – e problematizar – o sentido que a sociedade atribui às atividades realizadas em quadras e ginásios muda o jogo para o educador. “A Educação Física pode ser vetor de promoção de consciência crítica”.
Para auxiliar a equipe em sua reflexão, o Sabin conta com a assessoria de Osvaldo Luiz Ferraz, mestre e doutor em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em estudos de currículo. Ferraz tem uma visão alinhada à do Sabin, principalmente quanto ao papel do esporte na escola – não como espaço de seleção de atletas, mas de desenvolvimento pessoal da criança e do adolescente.
O especialista tem conduzido encontros mensais com a equipe do Sabin, que, segundo o professor Paulo, mantêm todos atualizados quanto às teorias mais recentes e autores de referência na área, além de garantir que a escola acompanhe as exigências legais, que vêm sendo revisadas intensamente desde setembro do ano passado (a versão mais recente da BNCC é de maio de 2016. Isso sem falar no recém-iniciado debate sobre as mudanças no Ensino Médio, que pode afetar diretamente a área).
Nos encontros, a equipe tem avaliado conteúdos (e como eles se distribuem ao longo das séries, da Educação Infantil ao Ensino Médio), didáticas e expectativas de aprendizagem. Isso se reflete em mudanças práticas, como ilustra Paulo. “Nas séries mais avançadas, por exemplo, por muito tempo houve uma cultura predominantemente ligada aos quatro esportes coletivos tradicionais: basquete, futebol, handebol e vôlei. Mas, de uns anos para cá, temos introduzido modalidades alternativas, como badminton, tchoukball e taco”, diz. Uma medida que ajuda a atrair o interesse de mais alunos pelas aulas e amplia o leque de recursos pedagógicos do professor – que pode trabalhar outras habilidades motoras (como a rebatida, por exemplo).
Além disso, as aulas de Educação Física do Sabin têm aberto espaço para conversas e até mesmo aulas em laboratório sobre temas variados, como alimentação e hábitos saudáveis, cuidados com exercícios em excesso e imagem do corpo. Uma abordagem condizente com um conteúdo curricular que vai muito além de marcar pontos e ganhar jogos.